Gosto dos venenos mais lentos

Eu já estava louco pra causar, me afastei de meus irmãos e segui na frente quando vi um jogo aquático. Era dito que teríamos que se molhar__Tenho mesmo que tirar a roupa?__ Perguntei para o elfo e sorri divertido decaindo o olhar para Ambika__Esse elfo está me provocando__ Meus olhos atravessaram o de Cerg e desviaram o máximo que podia Veda e Crim, elas sabiam pelo o que esperar. Olhei para os lados e comecei a desabotoar a blusa, enquanto encenava a voz aguda da tia Elya__Menino, mas já vai mostrar as canelas?__Imitava ela enquanto tirava os sapatos e abria o ziper da calça__ Que pouca vergonha, Athenodora, seu filho não apanhou o suficiente hoje__ Revirei os olhos desmunhecando o pulso, igual tia Elya faz quando está irritada. Agora eu usava uma cueca boxe vermelha, e ajeitava o elástico, exibindo meu corpo magrelo, olhando sério para minha irmã, antes de soltar outra, com a voz aguda e esquisita__ Daqui a pouco esse menino contamina os meus filhos!__Arregalei os olhos de modo zombeteiro e encarei a água__ Vocês não vem?


Entrei na água, peguei minha bola e fui diretamente para o gol, quase girando meu corpo ao sentir uma Serpente passar por entre minhas pernas,e soltei em um modo forçado__Acabo de ser abusado!__ Sorri e joguei a bola no gol, me virando para comemorar, quando Seraphina estava parada do lado de fora da piscina, parecia a Samara do Chamado praquejando a própria família.

eguia atrás dos meus irmãos e primos em silêncio, observando tudo à minha volta com um certo brilho de curiosidade no olhar. Nunca havia visto Ilvermorny mais bonita, toda enfeitada com luzes e bandeirinhas, como um verdadeiro parque de diversões no-maj - não que eu, er, já tenha visto um, m-mas... Ahhh, tudo bem, já dei uma escapada de casa escondida da mamãe pra fazer justamente isso! E eu apanhei porque ela descobriu, claro, não me pergunte como - foi aí que me surgiu na mente a possibilidade dela ter colocado um chip rastreador em mim quando pequena, mas chips rastreadores são coisas dos trouxas, o que me leva a afirmar que as macumbas dela são fortes mesmo.

   Podia perceber Cernunnos se coçando pra aprontar alguma, e Cergullus também estava inquieto. Eu? Eu temia pela vida e alma dos dois se a mamãe os flagrasse fazendo besteira __ Então, hm... __ me apressei pra me enfiar entre meus irmãos, com as mãos atrás das costas como uma dama, como mamãe impacientemente ensinara __ ... que tal nos comportamos hoje? __ se fui ignorada? Acho que a cena de Nunnos se despindo enquanto imitava a tia Elya responde por si só, não é mesmo? Arregalei os olhos, sem saber se ria das suas imitações toscamente perfeitas ou me apavorava por ele estar quase nu; afinal, por que raios ele estava se despindo?! Oh... era um jogo! Mas que jogo indecente! Isso era errado, não? Mas errado mesmo foi ter virado as costas pra Ienca, que sem dó ou piedade me empurrou na piscina do jogo assim que Nunnos saiu. Sim, ela me jogou. Se entrei em pânico? Nem um pouco, só estava hiperventilando...

   Não sabia se ficava brava com Ienca, com vergonha por estar encharcada como um gato preto - literalmente - ou apavorada por ter uma cobra sambando entre minhas pernas... Minha santa Morgana, isso soou tão __ PERVERTIDO __ gritei, vendo um moreno do outro lado me observando - provavelmente assustado com meu cabelo rebelde, não outra coisa. Já que estava ali, o que mais podia fazer senão jogar a bola no gol? E foi o que fiz.

Estava parado diante do lugar todo preparado para o festival de Ilvermorny. Eu não poderia estar mais feliz de, logo no início do meu primeiro ano na escola de magia da América pode participar de um dos festivais mais famosos, o da escola é claro. Para todos os lados os quais eu olhava podia observar barracas de joguinhos e mesas com guloseimas que estavam, sem sombra de dúvidas uma delícia, mesmo que eu ainda não tenha provado ainda. Ao meu lado estava ninguém mais do que meu pai, era um diplomata do MACUSA, mas que desviara-se dos seus afazeres para assumir sua posição paterna.

- Posso brincar naquele joguinho? - Olhei para cima na busca de conseguir visualizar o rosto do homem. Ele não era muito bem humorado, mamãe afirmava que era obrigatório no emprego dele ele ser daquela forma, mas ele nunca fora ríspido ou bravo comigo. - Deixa vai... Eu quero ganhar alguma coisa! - Supliquei com tom infantil e tão logo ele cedeu permitindo que eu entrasse no brinquedo de água. Assim que entrei o elfo responsável me deu uma bola e me indicou que eu deveria acertar o gol a poucos metros de mim. - Parece fácil. - Agarrei a bola e comecei a ir em direção ao gol quando de repente senti algo viscoso passar por minhas. Ai Merlim, era uma cobra. Deixei meu medo de lado e joguei a bola em direção ao gol.