Cern não era tão mal perdedor quanto Crimson, por exemplo, e por isso não era tão engraçado zoar com a derrota dele como era com ela, mas isso definitivamente não me impedia de ser implicante, e...

— Só de pensar em implicância. - Comentei ao sentir os braços de Astrea em meus ombros, e, logo em seguida, ela surgiu com aquele seu rosto lindo de olhos desconsertantes entre meu irmão e eu.

Observei quando ela tomou a vez e bateu sobre o pino do brinquedo, obtendo uma quantia razoável com o seu esforço. Fiz um beicinho de compreensão forçada. Jamais admitiria em voz alta que ela até que levava jeito.

Quando ela terminou, já tinha meu próprio cigarro, a barra tava limpa - vide tia Elya encardida não tava por perto... Cheguei bem próximo da guria e, já apenas com o restinho do que eu fumava entre os dedos dei a última tragada, guardando no interior da minha boca a fumaça que eu reservei para...

— Você... - Pronunciei após contornar o rosto de Astrea com os braços presos em sua cintura e já às costas dela, soltando, aos poucos, a fumaça antes resguardada em seus lindos cabelos sedosos. - Até que é fortinha! Mas... Ainda não superou meu primeiro recorde.

Ao fim já havia soltado toda a fumaça nela, seguindo a onda. Ela era divertida, eu confesso. Divertida e linda. E só de falar em linda, olha lá a belezura da Ienca ameaçando meu irmão! Não me aguentei e explodi numa risada zombeteira.

— Cuidado, Cern! A Ienca vai mirar nos seus chifres!

Sorri para Bika, e, quando notei o seu fiasco cheguei me posicionando às suas costas mantendo uma certa distância entre nossos corpos e segurando em ambos os seus braços, fazendo-a erguer o martelo por mim.

— Talvez você esteja rezando pras entidades erradas, priminha!

Selei sua bochecha e desci a mão com toda a força, ainda usando ela pra desferir o golpe contra o pino. Na pior das hipóteses, se eu atingisse um número inferior, eu poderia culpá-la por isso, então me pareceu um ótimo negócio!